Escrito por Cristina Ruffino, na Série Externalização #4.
Lidar com o uso de drogas dentro da família é uma tarefa desafiadora, mas abordar essa questão sob a ótica da externalização pode oferecer uma nova perspectiva, tanto para a família quanto para a pessoa que está lutando contra o vício. Externalizar o problema significa vê-lo como um invasor externo, e não como uma falha ou deficiência do indivíduo. Quando uma família começa a ver o vício em drogas não como um problema intrínseco de um membro, mas como um desafio externo que afeta a todos, a dinâmica muda. A pessoa que está usando drogas não é mais rotulada como o "problemático" ou o "viciado". Em vez disso, o vício é identificado como o inimigo comum que todos estão enfrentando. Isso pode ajudar a reduzir a culpa e a vergonha que frequentemente acompanham o uso de drogas, tanto para o indivíduo quanto para a família. Essa abordagem também pode fortalecer a união familiar. Ao invés de isolar o membro que está lutando com o vício, a família pode se unir para combater esse intruso externo. Isso não apenas proporciona um apoio crucial para a pessoa que está enfrentando o vício, mas também ajuda os outros membros da família a se sentirem mais capacitados e envolvidos na solução do problema. A externalização pode abrir caminho para uma comunicação mais aberta e eficaz. Em vez de acusações e discussões carregadas de emoção, as conversas podem se concentrar em como conhecer as ações e intenções do problema e pensar formas de identificar recursos para apoiar a pessoa em sua jornada de resistência. Ao mesmo tempo, permite que a família explore e aborde as circunstâncias que podem ter contribuído para o surgimento do vício. Em suma, abordar o uso de drogas na família a partir de uma perspectiva de externalização pode ser uma forma poderosa de enfrentar o problema. Ao reconhecer o vício como um inimigo externo, a família pode se unir em um esforço comum para apoiar seu ente querido, fortalecendo os laços familiares e promovendo um ambiente de recuperação e compreensão.
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Cristina RuffinoSou Pedagoga (Unicamp), Mestre em Psicologia (Unicamp), doutora em Psicologia pela USP-RP. Arquivos
Dezembro 2024
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