Escrito por Aglaia Ruffino Jalles da unboundededu.com Desde o início da pandemia de COVID-19, nossas vidas foram profundamente transformadas. Fomos obrigados a nos distanciar, a adotar o isolamento social e a compensar como nos relacionamos com o mundo. No entanto, à medida que a vacinação avançou e a situação se estabilizou, surgiu uma nova fase: a socialização pós-pandemia! Um novo valor para as conexões A pandemia nos fez perceber o valor inestimável das conexões humanas. Durante meses, enfrentamos a solidão e a separação, tornando-nos mais conscientes da importância do contato humano. Agora, à medida que começamos a nos reconectar com o mundo, essas conexões ganham um significado mais profundo. A interação nos incentiva a não apenas abraçar os momentos pessoais, mas também a apreciar cada encontro, seja com amigos antigos ou com pessoas que conhecemos pela primeira vez. A alegria de simplesmente compartilhar um café ou caminhar juntos no parque se torna uma experiência mais valiosa do que nunca. Enfrentando o Desafio da Ansiedade SocialNo entanto, a socialização pós-pandemia também vem com os seus desafios. Para muitos, a ansiedade social se intensificou durante o período de isolamento. Sentir-se desconfortável ao interagir com os outros ou temer aglomerações tornou-se uma experiência comum. Por isso, ao passo que nos reconectamos, é vital ser gentil consigo mesmo e com os outros. O respeito pelos limites individuais e a compreensão das diferentes velocidades de adaptação à socialização são cruciais. É um momento de reencontro e renovação. Valorizamos mais as conexões humanas, enfrentamos desafios com empatia e buscamos um equilíbrio saudável em nossas vidas. Enquanto navegamos por este novo capítulo, lembramos que a força da humanidade está em nossa capacidade de nos adaptar, crescer e apoiar uns aos outros!
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Escrito por Cristina Ruffino No livro Self Comes to Mind: Constructing the Conscious Mind, António Damásio, neurocientista da Universidade da Califórnia, aborda o tema da consciência e a formação do eu consciente. Alguns dos aspectos abordados que são instigantes, são:
1. A importância da narrativa pessoal: O autor destaca a importância das histórias que contamos a nós mesmos sobre nossas vidas na construção do eu consciente. Ele explora como a narrativa pessoal é fundamental para a nossa identidade e como molda nossa compreensão do mundo. 2. A relação entre mente e corpo: Damásio destaca como as experiências físicas e emocionais influenciam a construção da consciência, onde mente e corpo formam um todo integrado. 3. A importância das emoções: Enfatiza o papel central das emoções na construção da consciência. Ele descreve como as emoções surgem a partir das respostas automáticas do organismo a estímulos, e como essas respostas influenciam a tomada de decisões e a formação do senso de self. Há uma distinção entre emoção (neurofisiológicas) e sentimentos (permeadas pelo contexto cultural e os sentidos atribuídos pelo meio) que vale a pena observar. 4. O papel do cérebro na consciência: Damásio explora as complexidades do cérebro e sua relação com a consciência, bem como da influência da neuroquímica na percepção de si e do entorno. Ele discute como a integração de diferentes regiões cerebrais é essencial para a formação da experiência consciente. 5. A evolução da consciência: Investiga a evolução da consciência ao longo da história humana e como ela está relacionada à nossa capacidade de construir modelos mentais e antecipar o futuro. Ele discute como a consciência evoluiu como uma adaptação que nos permite agir de maneira mais flexível e adaptativa no mundo. Escrito por Cristina Ruffino Um cliente chega me dizendo: “Dra, eu tenho Síndrome de Normose. Vou ser sempre assim?".
Vamos pensar juntos nos efeitos de receber essa denominação ou “diagnóstico”? Para isso teremos que pensar no que tem sido chamado de Síndrome de Normose. Que mal é esse? Somos constantemente bombardeados com informações e expectativas de como devemos viver, o que devemos alcançar e como devemos nos sentir. Em meio a essa pressão social, surgiu esse fenômeno que foi ganhando o nome de normose, e que se caracteriza como uma síndrome pelo excesso de conformidade e busca desenfreada pela normalidade. A normose pode ser entendida como uma busca obsessiva pela normalidade, onde indivíduos se esforçam para se enquadrar nos padrões estabelecidos pela sociedade, mesmo que isso signifique abrir mão de suas próprias necessidades e desejos. Tem sido definida como uma síndrome que se manifesta em diferentes áreas da vida, incluindo trabalho, relacionamentos, aparência física, estilo de vida, entre outros. Algumas das características de nossa sociedade atual podem ser desencadeadoras desta pressão vivenciada pelas pessoas. A comparação constante, alimentada pelas redes sociais, onde as pessoas expõem suas vidas "perfeitas". A expectativas dos “likes” e comentários como uma avaliação e aprovação dos outros, criando uma pressão para se encaixar em um molde pré-estabelecido. A mídia também desempenha um papel significativo na promoção da normose. Propagandas, programas, reality shows e aplicativos nos bombardeiam com mensagens de que devemos ter determinado corpo, roupas, carreira e relacionamentos para sermos aceitos e felizes. Essa pressão constante reforça a ideia de que qualquer desvio desses padrões é indesejável. Pode-se imaginar que a pessoa que se deixa invadir por essa pressão estará constantemente sob estresse e ansiedade, tentando atender às expectativas externas. Isso pode levar ao esgotamento emocional, problemas de sono, distúrbios alimentares e até mesmo doenças físicas relacionadas ao estresse crônico. Além disso, a normose pode levar a uma sensação de vazio e insatisfação constante. Ao se esforçar para se encaixar nos moldes impostos pela sociedade, a pessoa pode negligenciar suas próprias necessidades e desejos autênticos, levando a uma perda de identidade e propósito. Formas de se proteger e libertar da armadilha da normose nada mais são do que estratégias de manter uma atenção plena a si, incluindo: 1. Autoconhecimento: Nos conhecermos nos permite tomar decisões mais alinhadas com a nossa maneira preferível de ser e estar no mundo e nas relações. 2. Não levar a sério o que vemos nas redes sociais, manter um olhar crítico frente ao conteúdo que consumimos e, finalmente, reduzir o tempo gasto com isso. 3. Escolha as pessoas com quem deseja conversar: quem te ajuda a se sentir o melhor de si? Quem, por outro lado, te convida a querer ser/parecer/ter coisas que não estão alinhadas com seus valores mais profundos ou com suas realidades do momento? Difícil fazer estas coisas sozinho(a), busque ajuda e apoio emocional. |
Cristina RuffinoSou Pedagoga (Unicamp), Mestre em Psicologia (Unicamp), doutora em Psicologia pela USP-RP. Arquivos
Dezembro 2024
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