Escrito por Cristina Ruffino Os clientes vão fazendo referência, perguntando, trazendo nomes e definições do que ouvem, leem e assistem.
Firedooring é um termo recente que surgiu no contexto dos relacionamentos e se refere a um padrão comportamental em que uma pessoa mantém controle e poder na relação, mantendo o outro indivíduo como uma opção disponível apenas quando lhe convém. É como se essa pessoa mantivesse o outro "na porta dos fundos", disponível apenas para momentos de conveniência ou interesse pessoal, enquanto não oferece um compromisso real ou reciprocidade emocional. O termo "firedooring" faz uma analogia à porta corta-fogo (fire door, em inglês), que é mantida fechada e só é aberta em caso de emergência. Da mesma forma, a pessoa que pratica o firedooring mantém o outro à margem da relação, sem oferecer um envolvimento emocional pleno ou compromisso genuíno. Esse padrão comportamental pode se manifestar de diferentes maneiras, como por exemplo:
Esse comportamento pode ser prejudicial para a pessoa que está sendo "firedoorada", causando confusão, insegurança emocional e um sentimento de desvalorização. O firedooring pode gerar um ciclo vicioso em que a pessoa que sofre com esse comportamento fica presa em uma relação desigual, buscando constantemente a aprovação e atenção do outro, enquanto tem suas necessidades e sentimentos ignorados. Colocado desta forma como apresentei (que é a forma como vem sendo tratado na literatura e pelos profissionais que lidam com relacionamentos amorosos), fica parecendo que tem uma pessoa que é o firedooring e uma que é da firedoorada, ou seja, que a característica está na pessoa. É importante salientar aqui, que não se trata de algo que alguém é, se trata de uma forma como a relação (aquela relação) foi construída e vem funcionando. Ai alguém pergunta: “a quem cabe mudar?” - Aquele que se der conta que este funcionamento não está sendo salutar. “Mas como eu mudo o outro?” – Você não muda o outro, você muda a você e mudando a você mesmo o relacionamento se transformará. “E se o outro não quiser mudar?”, a resposta a essa pergunta seria uma outra pergunta: “porque você continuaria numa relação em que o outro da relação a deseja desigual?”. Os comentários estão fechados.
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Cristina RuffinoSou Pedagoga (Unicamp), Mestre em Psicologia (Unicamp), doutora em Psicologia pela USP-RP. Arquivos
Dezembro 2024
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