Por Cristina Ruffino. As crianças não nascem sabendo regular suas emoções. Elas aprendem isso através do relacionamento com os adultos, observando como pais e cuidadores lidam com frustrações, medos e desafios do dia a dia.
Quando uma criança está agitada, com medo, cansada ou frustrada, ela precisa de um adulto calmo e presente para ajudá-la a se sentir segura. Esse processo se chama corregulação: você oferece o equilíbrio emocional que ela ainda não consegue alcançar sozinha. O que fazer na prática? 1. Seja um espelho emocional
"Eu sei que você está muito bravo agora. Eu vou esperar você se acalmar e estou aqui para te ajudar quando estiver pronto." Isso demonstra segurança e evita que a criança sinta que precisa "controlar" sozinha algo que ainda não sabe regular. 2. Nomeie as Emoções
"Eu vejo que você está frustrado porque o brinquedo quebrou. Isso é difícil, né? Eu estou aqui com você." Isso valida o que a criança sente e dá segurança para que ela expresse suas emoções de forma saudável. 3. Use o corpo para acalmar
4. Dê previsibilidade e segurança
Exemplo prático: "Daqui a 5 minutos vamos guardar os brinquedos, tá bom?" Isso ajuda a criança a se preparar para a transição, tornando-a menos resistente. 5. Modele a regulação emocional
Demonstre autorregulação em momentos de tensão: "Estou ficando nervoso agora, então vou me sentar quietinho e respirar fundo para me acalmar." Isso ensina a criança que é possível identificar e lidar com emoções de forma saudável. O Que Evitar? 1. Minimizar ou ignorar as emoções da criança
"Eu sei que você está bravo. Quando se acalmar, podemos conversar sobre o que aconteceu." 3. Acreditar que a criança está fazendo aquilo de propósito
Lembre-se: quando nós, adultos, estamos cansados, também ficamos mais impacientes e desregulados. Com crianças, isso é ainda mais intenso! O impacto da corregulação a longo prazo Quando você pratica a corregulação:
Antes de exigir autorregulação de uma criança, os cuidadores precisam ensiná-la através da conexão e do exemplo. Afinal, crianças não precisam de perfeição, precisam de adultos que estejam dispostos a guiá-las com paciência e afeto.
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Cristina RuffinoSou Pedagoga (Unicamp), Mestre em Psicologia (Unicamp), doutora em Psicologia pela USP-RP. Arquivos
Dezembro 2025
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