Por Cristina Ruffino. A terapia de casal é um espaço seguro e acolhedor, onde duas pessoas que compartilham uma relação afetiva são convidadas a conversar com o apoio de um profissional qualificado. Trata-se de um ambiente onde é possível sair dos padrões habituais de comunicação — aqueles que muitas vezes já foram tentados e não ajudaram — para experimentar novas formas de escuta e expressão. Com isso, amplia-se a chance de restabelecer o diálogo e a conexão.
Com a mediação do terapeuta, abre-se espaço para que o casal possa se ouvir de verdade. Às vezes, o que parece ser “apenas uma briga” carrega histórias mais profundas, necessidades não ditas e afetos que ainda buscam lugar. O processo terapêutico ajuda a revelar padrões de interação que, com o tempo, provocam dor e afastamento. De forma simples, podemos dizer que o terapeuta atua como uma testemunha sensível da relação: alguém que observa com escuta atenta, acolhe as emoções e convida o casal a refletir sobre como se comunicam e como desejam estar um com o outro. O foco está em ampliar a consciência do que acontece entre eles, e não em julgar quem tem razão. É importante lembrar que a terapia não precisa começar em momentos de crise. Muitas vezes, é ao cuidar de pequenos incômodos que se evita que eles se transformem em grandes feridas emocionais. Assim, a terapia pode funcionar também como um espaço preventivo e de fortalecimento da relação. Ao longo das sessões, conversas difíceis poderão emergir — e isso é esperado. Mas o casal não estará sozinho: o terapeuta estará ali para sustentar esse processo e, quando necessário, oferecer ferramentas para novas formas de conversar, inclusive fora do consultório. Mais do que resolver problemas, a terapia de casal é um convite a reconstituir o vínculo e redescobrir o que realmente importa na caminhada a dois.
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Cristina RuffinoSou Pedagoga (Unicamp), Mestre em Psicologia (Unicamp), doutora em Psicologia pela USP-RP. Arquivos
Dezembro 2025
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