Por Cristina Ruffino. Entendo que uma boa orientação parental não deve ser prescritiva, mas sim colaborativa e reflexiva. O objetivo é ajudar os pais a se tornarem mais conscientes e confiantes no relacionamento com seus filhos, promovendo um ambiente seguro e saudável para toda a família.
Cada família tem sua própria dinâmica, desafios e possibilidades. Por isso, a estrutura de uma sessão de orientação parental envolve três pilares fundamentais: acolhimento, respeito às particularidades de cada família e diálogo colaborativo. Nosso foco é o desenvolvimento da criança, sem desconsiderar as necessidades e o equilíbrio dos pais e cuidadores. O primeiro passo é ouvir os pais, permitindo que compartilhem suas experiências e preocupações. Suas percepções precisam ser validadas porque eles são os principais construtores dessa relação com a criança. Como Funciona a Orientação Parental? 1. Acolhimento e Validação Muitas vezes, os pais enfrentam desafios e sentem culpa ou insegurança em suas decisões. Antes de qualquer mudança ou nova estratégia, é fundamental que se sintam compreendidos e legitimados. Na orientação parental, não há julgamentos, apenas um espaço seguro para que possam expressar seus sentimentos, frustrações e angústias. 2. Psicoeducação Para que os pais compreendam melhor o desenvolvimento infantil e ajustem suas expectativas e estratégias, abordamos:
3. Estratégias Práticas e Aplicáveis A teoria só faz sentido quando pode ser traduzida em ações do dia a dia. Por isso, ofereço intervenções baseadas em estudos e evidências, como:
4. O Foco Está na Relação Pais-Criança O vínculo seguro é a base para o desenvolvimento e a aprendizagem. O comportamento infantil não pode ser separado da relação que a criança tem com seus cuidadores. Por isso, incentivo momentos de conexão e qualidade, mesmo que curtos, pois são essenciais para fortalecer a cooperação e o respeito mútuo. 5. Flexibilidade e Personalização Cada família é única, e a orientação parental respeita essa singularidade. Não existem regras fixas, mas sim diretrizes que podem ser adaptadas ao estilo de vida, valores e crenças de cada núcleo familiar. 6. Autocuidado Parental Para cuidar bem dos filhos, os pais também precisam cuidar de si mesmos. Durante a orientação, também trabalhamos estratégias de regulação emocional para os adultos, ajudando-os a equilibrar suas emoções e manter uma parentalidade mais consciente e presente. Enfim, a orientação parental não é sobre fórmulas prontas, mas sobre reflexão, conexão e aprendizado contínuo. Ao fortalecer a relação entre pais e filhos, criamos um ambiente mais seguro e amoroso, onde a criança pode crescer com autonomia, respeito e afeto.
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Cristina RuffinoSou Pedagoga (Unicamp), Mestre em Psicologia (Unicamp), doutora em Psicologia pela USP-RP. Arquivos
Dezembro 2025
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